quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Património Histórico, Religioso e Monumentos

Capela de S.Pedro de Varais

A Capela de São Pedro Varais, classificada como imóvel de interesse público desde 1950, fica na freguesia de Vile, na vertente de dois montes, nos contrafortes da Serra d’Arga.
Este monumento, cuja construcção terá ocorrido entre os séculos X e XIV, caracteriza-se por uma organização planimétrica simples e pela escassez de elementos decorativos. Apresenta uma planta longitudinal, composta de nave única e capela-mor quadrangular irregular. A fachada principal é coroada por um campanário de sineira única, típico do período Românico tardio.
Os painéis pintados a fresco no interior da capela, e restaurados em 1999, datam da primeira metade do século XVI. 



Casa dos Pitas

Este palácio urbano, construído junto ao Terreiro, obedece a uma tipologia comum no século XVII, desenvolvendo-se em planta rectangular e horizontalmente. A Casa dos Pitas, de dois pisos, foi construída entre 1649 e 1652 e traduz o estilo revivalista manuelino e barroco.

 
Chafariz

Localizado bem no centro de Caminha, o Chafariz é uma notável obra de arte que embeleza o Largo do Terreiro. Foi mandado construir entre 1551 e 1553, pelo mestre vianense João Lopes Filho. Monumento nacional desde 1910, o Chafariz tem estilo renascentista e assenta em plataforma circular velada por balaustrada de ferro.



Dólmen da Barrosa

O Dólmen da Barrosa, situado em Vila Praia de Âncora, foi classificado como monumento nacional em 1910. É considerado um dos monumentos megalíticos mais emblemáticos da Península Ibérica, documentando aspectos culturais do período Neolítico tardio.
Este monumento, vulgarmente designado por Lapa do Mouro, é formado por uma câmara megalítica (área sepulcral por excelência), constituída por nove esteios imbricados, apoiando-se uns aos outros, quatro de cada lado, a partir da cabeceira, ligeiramente fracturada, que se implanta verticalmente e cuja configuração é rectangular.
O Dólmen da Barrosa tem um interesse singular, quer do ponto de vista científico, quer para o turismo e para a cultura em geral, devido à sua arquitectura, ao seu porte, ao seu estado de conservação e ao seu espólio.

Forte da Ínsua

O Forte da Ínsua é rodeado pelo mar e localiza-se ao largo da famosa praia de Moledo, estando classificado como monumento nacional desde 1910. O ilhéu que acolhe a fortaleza foi inicialmente ocupado por uma comunidade franciscana, no século XIV, altura em que se construiu o convento de Santa Maria da Ínsua. Também deste período deverá datar a primeira fortaleza. Mas o forte, tal como hoje o conhecemos, data do século XVII, do reinado de D. João IV.
A sua planta desenvolve-se em estrela irregular, com cinco baluartes e revelim, e alberga no interior o convento franciscano, ampliado em 1676. Em 1949 foi entregue ao Ministério das Finanças.           





Forte da Lagarteira

O Forte da Lagarteira, também designado por Forte de Âncora, foi construído em Vila Praia de Âncora, sendo considerado imóvel de interesse público desde 1967. Tinha por objectivo a defesa da costa perante a ameaça da armada espanhola.
Trata-se de uma fortaleza com planta em estrela, construída por quatro baluartes laterais e bateria de três faces na fachada voltada ao rio. Nesta construcção conciliam-se as características seiscentistas com a persistência de algumas notas de cariz medieval, como é o caso do balcão fechado.  




 

Igreja da Mesericórdia

No centro da vila, junto dos Paços do Concelho, situa-se a Igreja da Misericórdia, construída no século XVI. É um edifício renascentista, de planta longitudinal, composto por uma única nave e capela-mor de planta rectangular. No século XVIII foi redecorado o interior, com talha dourada em estilo barroco e rococó. Num dos altares destaca-se a imagem de Santa Rita de Cássia.  


Varanda Porticada da Igreja
O Mosteiro de Serra d'Arga


O Mosteiro de S.João de Arga está implantado no topo da Serra d’Arga, na freguesia de Arga de Baixo, e daí se avista o rio Minho e a serra. Embora seja desconhecida a data da sua fundação, as características apontam para o final do século XIII. Esta construcção românica insere-se no grupo das pequenas igrejas rurais, de nave única e curta, com capela-mor de planta quadrangular e panos murários muito robustos.
A capela foi alvo de várias reformas ao longo dos séculos. O complexo inclui o que terá sido um albergue para romeiros, construído em trono da igreja.








 
Muralhas

As muralhas mais antigas de Caminha datam do século XIII, no reinado de D.Afonso III. No século XIV, D.João I dota a fortaleza de uma segunda linha da muralha. Mas é no século XVII, na sequência das guerras da Restauração, que são construídos os baluartes e torreões da fortaleza. Os muros que dela restam, algumas dezenas de metros de cintura amuralhada, são em parte medievais e em parte setecentistas


 
Ponte de Vilar de Mouros

A maioria das fotografias aqui presentes são da autoria do Municipio de Caminha.
No lugar da Ponte, sobre o rio Coura, fica a Ponte de Vilar de Mouros, monumento nacional desde 1910.
Considerada como um dos protótipos das pontes góticas nacionais, a ponte é constituída por três arcos ligeiramente quebrados, sendo o médio de maior dimensão, e um tabuleiro em cavalete. Apesar de se conhecer a data exacta da sua construção, as suas características arquitectónicas apontam para o período entre o final do século XIV e o início do século XV. 



 
Rua Direita

No coração do centro histórico, a rua é emblemática, apresentando moradias com fachadas artísticas e varandas que exibem interessantes elementos arquitectónicos. Área comercial e residencial por excelência, transforma-se, à noite, em ponto de encontro da “movida” caminhense.




Torre do Relógio

É parte integrante das Muralhas e foi mandada construir no século XII. É uma única torre, do género, subsiste em toda a sua pureza. Voltada a sul, era também conhecida por Porta de Viana, por construir uma saída em direcção a Viana do Castelo. Após a Restauração, D.João IV mandou colocar sobre a porta uma imagem em pedra da Virgem da Conceição. De planta quadrada, é formada por dois pisos, sendo actualmente o único torreão remanescente do castelo de Caminha. Em 1673, no cimo da torre foi colocado o relógio que lhe viria a dar o nome. É monumento nacional desde 1951.




Interior da Torre

Forte do Cão
Classificado como imóvel de interesse público desde 1967, o Forte do Cão situa-se na Gelfa, na freguesia de Âncora. É uma fortaleza construída no século XVII, durante a Guerra da Restauração, com o propósito de defender a costa portuguesa perante a armada espanhola. Esta construção possui uma planta em estrela, com quatro baluartes, dois deles voltados ao mar.



Cruzeiro da Independência

O Cruzeiro da Independência de Lanhelas impõe-se, na freguesia com o mesmo nome, quer pela imponência das duas dimensões, quer pelo significado que encerra para todos os lanhelenses. 
Trata-se de um monumento comemorativo das guerras da independência. Justaposto a um moinho de vento, este monumento celebrara o dia 23 de Abril de 1644, que ficou na história como a data que os habitantes de Lanhelas se defenderam, com assinalável valentia, da investida espanhola. Aliás, é neste dia também que se comemora o Dia de Lanhelas.
Ao Cruzeiro da Independência estão também associadas, além desta, outras datas significativas, designadamente 1140/1640 e 1940.






Igreja Matriz
A Igreja Matriz, monumento nacional desde 1910, é o ex-libris desta vila do litoral minhoto, simbolizando a fé e a persistência dos caminhenses. A edificação repartiu-se por duas fases, a primeira em 1428, e a segunda em 1488, durante o reinado de D. João II. A construção demorou cerca de 70 anos e terminou no reinado de D.João I.





quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Artesanato

Das mãos de homens e mulheres saem artefactos originais, que transportam memórias de usos e costumes ancestrais. É o artesanato, vivo e variado, a atestar a história de um povo, que se dá a conhecer, também, por este saber fazer.


Bordados, Rendas e Ponto de Cruz

O Alto Minho não dispensa o bordado e a renda, sinónimos de beleza e de sonho. As artes de bordar e de rendar têm o seu expoente máximo no concelho, onde mãos habituadas a outras lides executam com uma notável perfeição e delicadeza o ponto de cruz, as bainhas abertas, o crivo, o rechelier e o bordado.
A base de tecidos é variada, desde o pano alinhado, linho, estopa fina e lã; como são variadas as peças que recebem os motivos decorativos. Encontramos peças de roupa de senhora, toalhas de mesa, panos de tabuleiro, sacos de guardanapos, panos de cozinha, lençóis, tapetes, quadros, cortinas, cortinados, entre outros.

Hoje, a Igreja já não é o principal cliente da rendilheira e da bordadeira. Os testemunhos deste belíssimo artesanato têm lugar em qualquer lar onde impere o bom gosto.










Tecelagem / Linho
Em várias freguesias rurais do concelho, como Argela e Gondar, a produção do linho mantém-se fiel à tradição. Cumprem-se todas as etapas, desde os “tormentos” até à confecção final das peças, que se distinguem por uma elevada qualidade. Os “tormentos” do linho implicam o cultivo, o arranque, a ripagem, o enlagamento, a massadela, a gramação, a espadelagem, a assedação, a fiacção, a dobagem, a lavagem, a branqueação e finalmente a tecelagem.
Desde tempos imemoriais que a tecelagem é praticada, mas as técnicas têm-se mantido inalteráveis com o passar dos anos. A arte da tecelagem doméstica consiste no entrelaçar fios, com a ajuda de um tear, que se transformam em lindíssimas peças de vestuário, magníficas toalhas e lençóis.
A tecelagem é um cartão de visita, que traz ao concelho numerosos visitantes, atraídos pela beleza e originalidade das peças.





Artes de Festa

As festas e romarias minhotas estão intimamente associadas à arte floral, patente na confecção de flores em papel metalizado, normalmente em honra dos santos, que embelezam os altares das igrejas e os andores das procissões.
Não deixe de conhecer os célebres palmitos, as velas votivas, os ramos de andor e as pinhas. Mais simples ou mais exuberantes, coloridos ou de uma só cor, destaca-se em todos eles o segredo da composição em flor.
A arte floral é um dos poucos exemplos em que uma tradição especificamente religiosa se transforma em arte decorativa.











Cobres e latoaria

A arte do cobre terá chegado ao concelho com um forasteiro. Na sua oficina, produzia máquinas de sulfatar, alambiques e outros objectos directamente ligados às actividades rurais.
Mais tarde, o utilitário deu lugar ao artístico e ao decorativo, hoje, um testemunho de qualidade e delicadeza de formas.
Entre as muitas peças em cobre e latão que aqui ainda se produzem, destacam-se os barcos, os instrumentos de culinária, a luminária e uma panóplia de elementos decorativos.














Artefactos de Madeira

A madeira é uma matéria-prima própria do meio rural tradicional e da actividade piscatória. A reprodução, em miniatura, de utensílios do dia-a-dia e de embarcações típicas, é um dos testemunhos da criatividade deste povo.
Na pesca, uma referência especial para os três tipos de embarcações que pode encontrar: as do mar alto, as de pesca costeira e as de rio acima. Apesar da evolução das fainas, chegaram aos nossos dias os truques, as gamelas... e os carochos, que pode adquirir e levar consigo.













Artes Decorativas/Pintura
As artes decorativas distribuem-se por uma multiplicidade de objectos pintados à mão, executados a partir dos mais variados materiais, entre eles a marfinite, a madeira, o vidro, a seda, a chacota e a tela. Encontra elegantes molduras para fotografias, pratos decorativos, caixinhas e baús de madeira, peças em gesso e marfinite. Os artesãos dão largas à sua criatividade usando técnicas tradicionais, como a “encaustica” ou o “guardanapo”. Nas pinturas recorre-se à folha de ouro, patines, policromado e tinta de álcool.



Gessos e Cerâmica

O gesso continua a impor-se no concelho, como material preferencial, em muitos trabalhos de conservação e restauro de estuques, assim como em figuras ou motivos decorativos.
A réplica do farol existente do Portinho de Vila Praia de Âncora é uma das peças decorativas mais representativas e mais procuradas deste tipo de artesanato. Para além do farol, elemento típico de um concelho marinheiro, existem outros objectos, igualmente belos e originais, como anjos, cinzeiros e brasões, entre outros. O gesso, para além da componente estética, produz objectos seguros, que não ardem nem são inflamáveis.
O gesso ainda é utilizado nos trabalhos de conservação e restauro de estuques e são muitas as casas que ostentam este estilo de decoração.
Os artefactos em barro e os painéis de azulejo pintados à mão são os melhores exemplares da tradição cerâmica caminhense. Encerram segredos que passam de geração em geração, aplicados na arte de trabalhar os materiais, de moldar, embelezar e decorar.
A variedade caracteriza os objectos em cerâmica. Alguns são de uso doméstico, outros são peças decorativas. Canecas, pratos, jarras, copos e chávenas, são os mais vulgares, mas também existem típicas bonecas de barro, as lavradeiras, para além dos tradicionais presépios.
A arte de azulejar continua a ser uma importante técnica de revestimento arquitectónico, utilizada quer em interiores, quer em exteriores. No concelho, destacam-se os trabalhos de restauro e pintura de azulejos e painéis, que podem ser admirados em estabelecimentos comercias, fachadas de edifícios, pátios, casas de banho, entre outros locais.











Trajes e Rodilhas Regionais

A beleza e a graciosidade dos trajes minhotos devem-se, em grande parte, aos seus magníficos bordados.
Na freguesia de Dem, esta arte mantém um saudável dinamismo. Grupos de mulheres dedicam boa parte do seu tempo a bordar os trajes que dão cor e alegria ao nosso folclore. Nas camisas, nas saias, nos aventais, nos coletes e nas algibeiras, reina a policromia. O vermelho, o preto, o azul ou o verde, são as cores que predominam nas vestes tipicamente minhotas. As saias são tecidas no tear, com lã de ovelha pintada. Os aventais são bordados com o ponto fada do lar e os coletes com linha de algodão e lantejoulas.
Como trajes característicos há a destacar os “fatos” de trabalho, de domingar, da feira, à lavradeira (da moda, de luxo, da festa), “fato” de dó, meia senhora, mordoma e de noiva.
Requintados e pormenorizados, ricos de tear e de enfeites bordados, são testemunhos vivos dos usos e costumes dos nossos antepassados.







Artesanato Urbano

O artesanato urbano, muito em vogue neste momento, está a conquistar cada vez mais adeptos. Peças de design e bijutaria, produzidas com materiais e técnicas distintas (algumas tradicionais), são as mais procuradas. De facto, estas peças são a simbiose perfeita entre a arte erudita, através de peças originais e únicas, fruto da vivência urbana do artesão, e as artes tradicionais do concelho.